TRAGÉDIA
LUSA
Autor: Manuel Mar.
Capítulo 2
Génio Imortal
2.01
Louvor e glória ao génio
imortal
Dos construtores da Lusa Nação!
O Nação assumindo o Poder Real,
Aceitou uma Pátria de diluição
Da suprema soberania do povo,
Associando-se à União Europeia.
Grande incógnita num mundo novo
É saber como viver na seara
alheia,
Fazendo promover os nossos
maiores,
Para superarem todos os
melhores.
2.02
Que não se esqueçam as
Dinastias,
Do nosso Povo as grandes
façanhas,
Que sejam feriados os mesmos
dias,
Nem mudem datas usando manhas.
Quem imperou nesse mundo
inteiro,
Não permitirá ultrajes à sua
glória,
Ao ensinar amor ao Deus
verdadeiro,
É necessário reter bem na
memória,
Que houve traidores algumas
vezes,
Que eram mesmo bem portugueses.
2.03
Gasta a que foi pesada herança,
Resta à Nação quimeras e dores,
Ainda alguns nutriam esperança,
Outros viviam à custa de
favores
De credores ávidos de
enriquecer,
Nos cofres da Nação nada havia,
As fábricas começavam a ceder,
O campo espoliado não produzia,
Tanto ouro vendido ou
penhorado,
E falidos os que tinham porfiado.
2.04
Fartos de fatalidades e
desenganos,
Os que a prudência puseram de
lado,
Ancestral aculturação de
Lusitanos,
E causa de infortúnios do
passado,
Procuram remédio para tal
aflição,
Relembrando um passado de
glória,
Já à palmatória estendem a mão,
Convictos de terem traído a
história,
Na imprudência de terem
arriscado,
Em empresa de duvidoso
resultado.
2.05
Tal situação é vivida pelos
partidos,
Com preocupação e mais
habilidade,
Ao povo vão enchendo os
ouvidos,
As palavras são a sua
especialidade,
Já não bastam desculpas
antigas,
Culpar fascistas não dá
resultado,
O povo está farto dessas
cantigas,
Quer é o parco rancho
melhorado,
Vão os partidos ajustando
teorias,
Coligando-se com novas
filosofias.
2.06
Contados os votos das eleições
gerais,
A Aliança Democrática foi
vencedora.
Governa Sá Carneiro com leis
geniais
Que dão ao País bem estar
desejado,
Num clima de trabalho e de
alegria,
O Povo está feliz com prazer de
viver,
A oposição inconformada
enraivecia,
Desejos de vingança estão a
remexer,
E manifestam com seus
expedientes,
Ideias revolucionárias
incongruentes.
2.07
Tendo o País alcançado
estabilidade,
O Governo controla bem a
situação,
O Povo desfrutando mais
liberdade,
Auto-dissolve-se a Junta de
Salvação.
Mas descontentes ficaram os
golpistas,
Que queriam continuar em
revolução,
E cultivar seus ideais de
progressistas,
Rebuscando nova política de
oposição,
E usando velhas estratégias
infernais,
Destabilizaram o país ainda bem
mais.
2.08
Suas técnicas vão dando
resultado,
Atentados à bomba roubos a
bancos,
Deixam todos impotentes e
assustados,
Já rezam à Virgem e a todos os
Santos,
A intriga ressurge infame
difamadora,
Ao encalço reage na sombra a
reacção,
Mas de forma explícita e
provocadora,
O Governo enfrenta e vence a
situação,
O País faz jus à sua tradição
ancestral,
Honrado, trabalhador, fraterno
e leal.
2.09
Desorientado da trágica
fatalidade,
Na triste noite sofrida em
Camarate,
O povo procura debalde a
verdade,
A Assembleia da República
debate,
Lá morreu gente muito
respeitada,
Tal notícia acreditar era
impossível,
Ninguém aceitava a vil sorte
danada,
Não podia era demasiado
horrível,
A morte num indescritível
braseiro,
A Primeiro Ministro Sá
Carneiro.
2.10
Tão fatídicas eleições à
Presidência,
O País mergulhado em
consternação,
Cessou a campanha de
maledicência,
Um inacreditável acidente de
aviação,
Vitimou o desafortunado Sá
Carneiro,
Homem abnegado que a Nação
amou,
Em holocausto viveu o dia
derradeiro,
Lágrimas nunca ninguém tanto
chorou.
Certo que teve da Divina
Providência,
Merecido lugar na Eterna
Residência.
Capítulo
2 – Génio Imortal
Fim
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